terça-feira, 29 de setembro de 2009

Nextel


Um dia chato,chuvoso,escuro.
Apenas algumas réstias  de sol ousaram manifestar-se nesta quarta-feira final de inverno.
Fui ao banco pagar uma conta. Na fila do caixa uma mulher com cara de cansada,cabelo loiro lambido,trajando roupas esportivas, fazia ligações ininterruptas de seu celular Nextel ( aquele do barulhinho irritante) obrigando todos da fila a participarem de sua agenda  semanal, marcando e desmarcando horários e compromissos.
Após pagar a conta fui tomar um cafezinho no Shopping mais próximo. Bebi o café com entusiasmo e fui fumar um cigarro do lado de fora do Shopping, próxima a porta de entrada.
Neste ínterim um casal jovem sai do Shopping tomando sorvete de casquinha. Ela dá uma chupada fervorosa em seu sorvete fazendo-o cair no chão, bem em frente a porta de entrada. Ela dá uma risada e vai embora limpando as mãos nas roupas.
Um ruído brusco atrai a minha atenção: um carro que passava na rua freia de supetão e dá marcha a ré na faixa de pedestres e quase atropela uma mulher que atravessava a rua.
Prossigo o meu caminho, entro na padaria e peço: " Oito pães francês por favor". A atendente coloca-os em um saco muito pequeno para acomodar a todos.Penso em reclamar mas já há uma fila enorme atrás de mim cheia de pessoas ávidas por seus pãezinhos.
Faço uma ginástica para segurar "pães que caem", bolsa,guarda-chuva,e pegar alguns trocados para pagá-los no caixa.
Um mendigo sentado em frente a padaria pede com as mãos estendidas: " Dá uma moeda aí pra "comprá" comida , dona!"
Na minha cabeça a dúvida:" Comprar comida ou cachaça?"
Sigo em frente sem dar o dinheiro.
Começa a chover e luto para abrir o guarda - chuva contra o vento.


Isabel Moura


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